Capítulo 1
Relação Rei/Rainha e a promessa da
construção do convento em Mafra
- Apresentação de um facto histórico:
promessa da construção de um convento franciscano em Mafra;
- Narração satírica das motivações
desta intenção: promessa do rei D. João V de construir um convento, caso a
esposa, D. Maria Ana Josefa, lhe desse um herdeiro;
- Sonhos de D. Maria Ana e de D. João V
com o futuro descendente…
1.1.Centra-te
na relação entre o Rei e a Rainha. Carateriza-a na forma como se relacionam.
Fundamenta com exemplos do texto.
1.2.
Qual objetivo que o Rei e a Rainha perseguem e qual a promessa formulada pelo
Rei.
1.3.Tendo
em conta a perspetiva do narrador, refere traços que se destacam da
personalidade do Rei e da Rainha.
Capítulo 2
Os milagres conseguidos pelos franciscanos
e o seu desejo na construção do convento
- “ O célebre caso da morte de Frei Miguel
da Anunciação” que conserva o corpo intacto;
- A locomoção da imagem de Santo António,
numa janela, que assustou os ladrões;
- A recuperação das lâmpadas do convento
de S. Francisco de Xabregas, que tinham sido roubadas…
- A gravidez da rainha;
- O desejo dos franciscanos, desde 1624,
de construção de um convento em Mafra.
Capítulo 3
· A situação socioeconómica: excesso de riqueza/
extrema pobreza
- Os excessos do Entrudo e a penitência da Quaresma;
- A impostura de alguns penitentes que “têm os seus amores
à janela e vão na procissão menos por causa da salvação da alma do que por
passados ou prometidos gostos do corpo”
- A devoção das mulheres que, com a liberdade de
percorrerem as igrejas sozinhas, aproveitam para encontros com os amantes
secretos;
- A situação da rainha que, grávida, só podia sonhar com o
cunhado D. Francisco;
3.1. O narrador faz-nos uma descrição da celebração do Entrudo,
descrevendo o espaço social que se manifesta nos exageros comportamentais do
povo. Explica por palavras tuas esse espaço social, dando alguns exemplos
ilustrativos.
3.2. Existe uma mudança radical no comportamento do povo na
celebração da quaresma em relação ao entrudo. Olhando para a descrição da
procissão da quaresma, põe em evidência comportamentos exagerados do povo que
demonstrem o seu radicalismo religioso.
3.3. Destaca comportamentos amorais do povo que o olhar
crítico e irónico do narrador acentua na sua análise dos crentes por toda a
Lisboa.
Capítulo 4
Baltazar Sete-Sóis regressa da guerra maneta
- O passado “ heróico” de Baltazar Mateus, o Sete-
Sóis, que perde a mão esquerda nas lutas de Olivença;
- A viagem até Lisboa por Évora, Montemor, Pegões e
Aldegalega, matando um ladrão que havia tentado assaltá-lo;
- Em Lisboa, anda pela ribeira, pelo Terreiro do Paço, pelo
Rossio, por bairros e praças, juntando-se a outros mendigos.
4.1.
Identifica a personagem que se destaca neste capítulo e destaca alguns traços
físicos e psicológicos que o evidenciam como um homem vivido e conhecedor do
mundo.
Capítulo 5
· O auto de fé no Rossio, onde Baltasar, Blimunda e o
padre Bartolomeu se conhecem
- A rainha D. Maria Ana, no quinto mês de gravidez, não
pode assistir ao auto de fé;
- Descrição de um auto de fé e os condenados pelo Santo
Ofício;
- A mãe da Blimunda, Sebastiana Maria de Jesus, acusada de
ser feiticeira e cristã-nova, “condenada a ser açoitada em público e a oito
anos de degredo no reino de Angola”;
- O convite de Blimunda para Baltasar permanecer em sua
casa até voltar a Mafra;
- O ritual do casamento e a consumação do amor entre
Baltasar e Blimunda.
Capítulo
6
Conflito de
Baltasar: saber a cor dos olhos de Blimunda.
Deslocação do Padre Bartolomeu Lourenço ao Paço para interceder por Baltasar (a
fim de este receber uma pensão de guerra) e compromisso de falar com o Rei,
caso tarde a resposta.
Apresentação, por João Elvas, de Bartolomeu Lourenço como o Voador (as diversas
tentativas levadas a cabo pelo padre para voar
Interrogações de Baltasar; o facto de Blimunda comer
pão, de manhã, antes de abrir os olhos.
Apresentação da passarola a Baltasar, pelo Padre B. Lourenço (S. Sebastião da
Pedreira).
Descrição da passarola e convite para que Baltasar o ajude na construção da
passarola.
Capítulo 7
· Nascimento da filha de D. João V, Maria Bárbara
- Apesar de alguma decepção do rei por não ser um
menino, mantém a promessa de construir o convento.
Capítulo
8
O mistério de Blimunda que come pão de olhos fechados e
possui o poder de olhar dentro das pessoas;
A prova do poder de Blimunda que, ainda em jejum, sai à rua
com Baltasar.
Nascimento do segundo filho de D. João V, o infante D.
Pedro
Escolha do alto da Vela em Mafra para edificar o convento.
8.1. Revela
o segredo da personagem Blimunda.
8.2.
Descreve a forma como reagiu Baltasar à revelação de Blimunda.
8.3.
Enuncia alguns exemplos dos poderes de Blimunda, aquando do passeio que eles
dão pela rua.
Capítulo 9
- Mudança de Baltasar e Blimunda para a abegoaria na quinta
do duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira para a construção da passarola
voadora .
O padre Bartolomeu parte para a Holanda, enquanto Sete-Sóis
regessa a Mafra, a casa dos pais, acompanhado de Blimunda
Tourada no Terreiro do Paço com Baltasar e Blimunda
na assistência, antes de partirem para Mafra;
Capítulo 10
Baltasar, acompanhado de Blimunda, é recebido por sua mãe,
Marta Maria em Mafra
Baltasar fica a saber que o pai vendeu a el-rei uma terra
que tinha na Vela para a construção do convento;
Morte do infante D. Pedro, que vai a enterrar em S. Vicente
de Fora;
Baltasar vai visitar as obras do convento e passa a ajudar
o pai no campo
Nascimento do infante D. José, terceiro filho da rainha
Doença do rei, enquanto o seu irmão D. Francisco tenta a
cunhada, revelando à rainha o interesse em tornar-se seu marido
Apesar da recuperação da saúde do rei, D. Maria Ana
continua os sonhos com o cunhado.
Capítulo
11
Regresso do padre Bartolomeu, que deseja que Blimunda
consiga armazenar éter composto de “vontades”
Em conversa com Blimunda e Baltasar, fala-lhes da
descoberta na Holanda, de que o éter se encontrava na “vontade” de cada um;
Capítulo
12
Em Mafra, Blimunda comunga em jejum, pela primeira vez; e
vê na hóstia “uma nuvem fechada”;
Inauguração da primeira pedra do convento, a 17 de novembro
de 1717, procissão e bênção da primeira pedra;
Regresso de Baltasar e Blimunda a Lisboa, onde começam a
trabalhar na passarola
Reflexão do narrador sobre o amor “das almas, dos corpos e
das vontades”.
Capítulo
13
O padre Bartolomeu diz a Blimunda que são necessárias pelo
menos duas mil “vontades”;
8 De junho de 1719: a procissão do Corpo de Deus;
Enumeração dos participantes e descrição com comentários
irónicos;
Monólogos cheios de
sarcasmo do patriarca e de el-rei.
Capítulo
14
O padre Bartolomeu regressa de Coimbra, “doutor em cânones”;
O músico Sacarlatti, napolitano de 35 anos, ensina a
infanta D. Mari Bárbara e toma conhecimento do projeto da passarola
Diálogo entre
Bartolomeu e Scarlatti sobre o poder extraordinário da música e a essência da
verdade;
O padre revela o seu segredo ao músico e apresenta-lhe a
“trindade terrestre”: ele, Sete-Sóis e Sete-Luas.
Capítulo
15
A epidemia da cólera e da febre-amarela e a recolha das
“vontades” por Blimunda
Depois de cumprida a tarefa, Blimunda fica doente;
Ao toque de cravo de Scarlatti, Blimunda recupera a sua
saúde;
Com as vontades recolhidas e a máquina de voar pronta, o
padre Bartolomeu precisa de avisar el-rei.
Capítulo
16
A concretização da viagem da passarola voadora, com o padre
Bartolomeu, Baltasar e Blimunda
O padre Bartolomeu descobre que o Santo Ofício já estava à
sua procura;
Os três, depois de retirarem o telhado da abegoaria e
colocarem tudo o que possuem dentro da máquina, decidem levantar voo;
Scarlatti, que chegara a tempo de ver a máquina subir,
senta-se ao cravo e toca uma música, antes de atirar o instrumento para dentro
do poço;
Os três sobrevoam a vila de Mafra; mas, com dificuldades de
navegação por falta de vento, têm de aterrar.
Capítulo
17
O regresso de Baltasar com Blimunda a Mafra, onde começa a
trabalhar nas obras do convento, anúncio da morte do padre Bartolomeu em Toledo
- Notícias do terramoto de Lisboa;
- Dois meses depois de ter chegado a Mafra, regresso de
Baltasar a Monte Junto, onde haviam deixado a máquina de voar, para manutenção
da máquina;
- Conversa às escondidas de Scarlatti e Blimunda: “resolvi
vir a Mafra saber se estavam vivos.”, “Vim-te dizer, e a Baltasar, que o padre
Bartolomeu Lourenço de Gusmão morreu em Toledo… dizem que louco…”.
Capítulo
18
Caracterização dos gostos reais e dos trabalhadores em
Mafra
- Visão irónica e depreciativa de Portugal;
- Esforços colossais e vítimas causadas pela construção do
convento;
- Outros relatos de histórias pessoais: Francisco Marques,
José Pequeno, Joaquim da Rocha, Manuel Milho, João Anes e Julião Mau-Tempo.
18.1. Explica o sentido da
comparação estabelecida entre o Infante D. Henrique e D. João V.
18.2. Comenta a expressividade da
enumeração presente, contextualizando as duas épocas referidas.
18.3. Explica a visão crítica feita
pelo narrador sobre os artífices estrangeiros e os trabalhadores portugueses.
Capítulo
19
Baltasar torna-se boieiro e participa no carregamento da
pedra do altar (Benedictione),
- Baltasar passa de carreiro a boieiro ajudado por José
Pequeno;
- Transporte, de Pêro Pinheiro até Mafra, de uma imensa
pedra: “Entre Pêro Pinheiro e Mafra gastaram oito dias completos. Quando
entraram no terreiro… toda a gente se admirava com o tamanho desmedido da
pedra, tão grande. Mas Baltasar murmurou, olhando a basílica, tão pequena.”;
- Morte do trabalhador Francisco Marques, que acabou
esmagado sob uma roda de um carro de bois.
19.1. Neste
capítulo destaca-se a heroicidade da personagem coletiva do povo. Refere o
objetivo de irem a Pero Pinheiro. Enumera os aspetos que dão um caráter de
excepcionalidade à missão dos homens.
19.2. Explica a
forma como Saramago resgata do anonimato a personagem do povo, identificando a
figura de estilo usada e a sua expressividade.
19.3. Ao
comparar o «calhau» com uma nau da Índia, Saramago estabelece um paralelo com
um período da história de Portugal. Identifica esse período e enumera três
aspetos que evidenciem; o mesmo espírito do poder do Rei, o épico da façanha e
o sacrifício do povo anónimo.
19.4.
Carateriza o «herói» que Saramago põe em evidência. Justifica.
19.5.
Identifica a personagem que sofre uma tragédia. Faz a descrição física do seu
estado
trágico.
19.6. Centra-te
no espaço social que envolve o transporte da pedra. Descreve-o, referindo
alguns aspetos
que ilustram a dificuldade e abandono a que os trabalhadores estão votados.
19.7. Refere os
dados identificativos da pedra e a reação do povo relativamente às suas
dimensões.
19.8. Explica
por palavras tuas o desabafo irónico e crítico de Baltasar: «Tão grande. Mas
Baltasar murmurou, olhando a basílica, Tão pequena».
Recursos expressivos:
19.9. Para dar
conta da enormidade da pedra, o narrador usa recursos diversos. Evidencia a
importância de:
observações em discurso direto; referências deíticas temporais e espaciais;
enumeração de dados objectivos; uso da vírgula em vez de ponto de interrogação
/ ponto final / introdução ao discurso direto / ponto exclamação / outros usos.
19.10. «Lá no
alto o mestre da manobra vai dar a voz». A colocação da laje sobre o carro que
a irá transportar é minuciosamente reconstituída.
Exemplifica:
- as repetidas
notações da progressão lenta da acção;
-a alternância
visão de conjunto / visão de pormenor;
- a rigorosa
adequação do vocabulário;
- a expressão de
sensações, com especial relevo da sensação auditiva.
Capítulo 20
Blimunda acompanha Baltasar ao Monte Junto. Depois de lá
passarem a noite, Blimunda ainda em jejum, procura certificar-se de que as
vontades ainda estavam guardadas dentro de cada um das duas esferas;
-Renovação da máquina voadora em Monte Junto;
-Viagem de regresso;
- Morte de João Francisco, pai de Sete- Sóis.
Capítulo
21
Decisão de D.
João V de que a sagração do convento se fará em 22 de outubro de 1730, data do
seu aniversário
- D. João V
manifesta o desejo de construir em Portugal uma basílica como a de S. Pedro em
Roma;
Decisão de D.
João V: ampliar a dimensão do projeto do convento de 80 para 300 frades;
Recrutamento em
todo o reino operários para Mafra;
Escolha dos
homens como tijolos.
Capítulo
22
Casamento da infanta Maria Bárbara com o príncipe Fernando
VI de Espanha e do príncipe D. José com a infanta espanhola Mariana Vitória;
A “troca das princesas”, em 1729, une as famílias reais de
Portugal e Espanha;
Viagem ao rio de Caia para levar a princesa Maria Bárbara e
trazer Mariana Vitória;
João Elvas acompanha, com um grupo de pedintes, a comitiva
à fronteira;
Cerimónia do casamento com música de Domenico Scarlatti.
Capítulo
23
Baltasar vai ao Monte Junto e desaparece com a passarola
- Transporte de várias estátuas de santos para Mafra;
- Baltasar decide ir sozinho ao Monte Junto verificar o
estado da passarola;
- A máquina inesperadamente levanta voo quando Baltasar
“entrou na passarola” para a reparar.
Capítulo 24
Blimunda procura Baltasar, enquanto em Mafra se faz a
sagração do convento, em 22 de outubro de 1730
Blimunda, inquieta e angustiada, procura o seu homem;
No cume do Monte Junto, usa o espigão de ferro de Baltasar
para evitar ser violada por um frade;
Em Mafra, começam as festas da sagração do convento.
Capítulo
25
Durante nove anos Blimunda procura Baltasar por todas as
partes do país;
- Em 1739, onze “supliciados”, entre eles António José da
Silva, encontram-se a caminho da fogueira num auto de fé, na praça do Rossio;
- Blimunda encontra
Baltasar em Lisboa para ser queimado num auto de fé. Quando está para
morrer, a sua “vontade” desprende-se e é recolhida dentro do peito de Blimunda.
25.1. O amor de Blimunda Sete-Luas por Baltasar
Sete-Sóis manifesta-se profundamente na procura que faz pelo seu amado.
Explicite a simbologia numerológica dos nove anos e da sétima vez que ela
passou por Lisboa.
25.2. No fim do seu calvário e sofrimento,
Blimunda muda a sua fisionomia e a sua personalidade. Faz uma caraterização da
personagem e fundamenta com expressões do texto.
25.3. Demonstra a importância da voz que
Blimunda ouvia quando chegou a Lisboa, tendo em conta o desfecho da história.
25.4. Explica a perfeição do círculo amoroso que
se cumpre entre Blimunda Sete-Luas e Baltasar Sete-Sóis, no seu encontro e na
sua despedida.